sábado, 17 de abril de 2010

Que instituição já pediu mais vezes perdão pelos seus erros, pelos seus pecados, que a Igreja?


“As desculpas não se pedem, evitam-se!”


Ou seja, pedir perdão por um erro cometido poderá ser evitado se não se cometer esse erro! Isso é verdade. Mas, quem nunca errou?
Todos nós na nossa vida quotidiana erramos. Todos nós estamos sujeitos ao erro!
Aliás, errar é humano, faz parte do nosso crescimento com pessoas!
Assim como também deve fazer parte do nosso crescimento, o pedir perdão, o admitir que se errou! Não evita o erro cometido, mas, é uma porta para o diálogo, para o perdão efectivo!

Olhando a isto, e ao facto de a Igreja ser uma instituição composta por pessoas, como todas as instituições do mundo, pergunto, que instituição já pediu mais vezes perdão pelos seus erros, pelos seus pecados, que a Igreja?


Não me lembro de nenhuma!

Os E.U.A. já alguma vez pediram perdão pela chacina de Hiroshima? Pelo erro que foi a invasão do Iraque?

A Igreja já pediu perdão pelas cruzadas, pela chamada guerra santa!

Os povos Ocidentais, colonizadores, que escravizaram, que trataram de modo desumano as pessoas de raça negra, que as transaccionavam como quem compra e vende um animal uma mercadoria, já pediram perdão por todos esses crimes?

A Igreja já pediu perdão pela Evangelização á força, pela inquisição!

Nós no nosso dia-a-dia, na nossa vida quotidiana pedimos perdão pelos nossos erros, pelas nossas faltas e culpas?

Nas últimas décadas os Papas já pediram perdão pelos mais variados pecados da Igreja, pelos pecados de 2000 anos de história!

Estaremos nós a ser justos quando criticamos a Igreja, uma instituição milenar composta por pessoas tão falíveis quanto nós?

“Então, Pedro aproximou-se e perguntou-lhe: «Senhor, se o meu irmão me ofender, quantas vezes lhe deverei perdoar? Até sete vezes?» Jesus respondeu: «Não te digo até sete vezes, mas até setenta vezes sete. “(Mt 18, 21-22)

segunda-feira, 12 de abril de 2010

2000 Anos de perseguição


Qual é a divida da sociedade para com a Igreja?


Esta é a questão que todos aqueles que escrevem sobre a Igreja, que se limitam a dizer mal, a fazer críticas deveriam fazer a si próprios!
É com base nesta questão que todas as pessoas deveriam investigar de forma séria e construtiva a preponderância positiva da Igreja na sociedade global, na humanidade!

João César das Neves no seu artigo de opinião publicado hoje no jornal Diário de Noticias, responde a esta questão de forma séria, breve e bem estruturada:

“G. K. Chesterton em 1908, o cristianismo foi atacado "por todos os lados e com todos os argumentos , por mais que esses argumentos se opusessem entre si" (Orthodoxy, c. VI). Vemos criticar a Igreja por ser tímida e sanguinária, pessimista e ingénua, laxista e fanática, ascética e luxuosa, contra o sexo e a favor da procriação, etc. Mas o mais espantoso é que os ataques conseguem convencer-nos daquilo que é o oposto da evidência mais esmagadora.”

“Os iluministas provaram-nos que a religião cristã é a principal inimiga da ciência; supersticiosa, obscurantista, persecutória do estudo e investigação rigorosos. A evidência histórica mostra o inverso. A dívida intelectual da humanidade à Igreja é enorme. Devemos a multidões de monges copistas a preservação da sabedoria clássica. Quase tudo o que sabemos da Antiguidade pagã veio dos mosteiros. Foi a Igreja que criou as primeiras universidades e o debate académico moderno. Eram cristãos devotos os grandes pioneiros da ciência, como Kepler, Pascal, Newton, Leibniz, Bayes, Euler, Cauchy, Mendel, Pasteur, etc. Até o caso de Galileu, sempre citado e distorcido, mostra o oposto do que dizem.”

“os jacobinos asseguraram-nos que a Igreja é culpada de terríveis perseguições religiosas, étnicas e sociais, destruição cultural de múltiplos povos, amiga de fogueiras e câmaras de tortura, chacinas, saques e genocídios. No entanto, a evidência de 2000 anos de história real de cristãos concretos é de caridade, mediação, pacifismo. Tudo o que o nosso tempo sabe de direitos humanos, diplomacia, cooperação e tolerância foi bebê-lo a autores cristãos.”

“os marxistas vieram atacar a Igreja por ser contra os proletários e a favor dos ricos. Quando é evidente o cuidado permanente, multissecular e pluricultural dos cristãos pelos pobres e infelizes, e as maravilhas sociais da solidariedade católica no apoio aos desfavorecidos.”

“a Igreja é condenada por... pedofilia. A queixa é de desregramento sexual, deboche, perversão. Mas a evidência histórica mostra que nenhuma outra entidade fez mais pelo equilíbrio da sexualidade e a moralização da vida pessoal da humanidade. Mais uma vez, o ataque nasce do oposto da verdade.”

“Houve cristãos obscurantistas, persecutórios, cruéis, injustos, luxuosos, como hoje há padres pedófilos. Aliás, em 2000 anos de história, e agora com mais de mil milhões de fiéis, tem de haver de tudo. A distorção está na generalização ao todo de casos particulares aberrantes. Não sendo tão má quanto o mito, a Inquisição foi péssima. Mas a Inquisição não representa a Igreja e a própria Igreja da época a condenou. Os críticos nunca combatem os erros, sempre a instituição. Hoje não se ataca a pedofilia na Igreja, mas a Igreja pedófila.”

“Ninguém atropelou mais o rigor científico que os iluministas. Ninguém foi mais sangrento que os jacobinos. Ninguém gerou maior pobreza que os marxistas. Ninguém tem mais desregramento sexual que o nosso tempo.”

“O ataque à Igreja é uma constante histórica. A História muda. A Igreja permanece. Porque ela é Cristo. Dela é a nona bem-aventurança: "Bem-aventurados sereis quando vos insultarem e perseguirem" (Mt 5, 11).”

Com tudo isto ainda existem dúvidas que a Igreja é a grande responsável pelo nosso património social, cultural e até económico?

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domingo, 11 de abril de 2010

O celibato e a pedofilia



O Padre Anselmo Borges no seu último artigo de opinião publicado no jornal Diário de Noticias faz uma abordagem interessante sobre o celibato e a pedofilia! Nesse artigo fica patente que o celibato é algo que foi instituído muitos anos após a morte e ressurreição de Jesus, por razões variadas! E que, nos dias de hoje, o celibato deveria ser opcional!

Declara também de modo explícito que o celibato e a pedofilia não estão propriamente inter-ligados, mas, que podem-na potenciar!

Aqui ficam os trechos do artigo que para mim são mais importantes:

“Jesus foi celibatário como também São Paulo. Mas foram-no por opção livre, para entregar-se inteiramente a uma causa, a causa de Deus, que é a causa dos seres humanos na dignidade livre e na liberdade com dignidade. Mas nem Jesus nem Paulo exigiram o celibato a ninguém. Jesus disse expressamente que alguns eram celibatários livremente por causa do Reino de Deus. E São Paulo escreveu na Primeira Carta aos Coríntios que permanecer celibatário é um carisma, e, por isso, "para evitar o perigo de imoralidade, cada homem tenha a sua mulher e cada mulher, o seu marido". Há a certeza de que pelo menos alguns apóstolos eram casados, incluindo São Pedro. Na Primeira Carta a Timóteo lê-se: "O bispo deve ser homem de uma só mulher."”

“Na base do celibato como lei, há razões de vária ordem: imitar os monges e o seu voto de castidade, manter os padres e os bispos livres para o ministério, não dispersar os bens eclesiásticos, evitar o nepotismo... A concepção sacrificial da Eucaristia foi determinante, pois o sacrifício implica o sacerdote e a pureza ritual. Assim, o bispo de Roma Sirício (384-399) escreveu: "Todos nós, padres e levitas, estamos obrigados por uma lei irrevogável a viver a castidade do corpo e da alma para agradarmos a Deus diariamente no sacrifício litúrgico."”

“o Papa Gregório VII (1073-1085), com o seu modelo centralista: da reforma com o seu nome - reforma gregoriana - fez parte a obrigação de padres e bispos se separarem das respectivas mulheres e a admissão à ordenação sacerdotal apenas de candidatos celibatários. Foi o II Concílio de Latrão (1139) que decretou a lei do celibato, proibindo os fiéis de frequentarem missas celebradas por padres com mulher.”

“no decreto do Concílio de Basileia (1431-1437) sobre o concubinato dos padres. Lutero ergueu-se contra a lei, respondendo-lhe o Concílio de Trento: "É anátema quem afirmar que os membros do clero, investidos em ordens sacras, poderão contrair matrimónio."”

“Os escândalos de pedofilia por parte do clero fizeram com que o debate, proibido durante o Concílio Vaticano II e ainda, em parte, tabu, regressasse. Se não é correcto apresentar o celibato como a causa da pedofilia - pense-se em tantos casados pedófilos, concretamente no seio das famílias -, também é verdade que a lei do celibato enquanto tal não é a melhor ajuda para uma sexualidade sã. Muitos perguntam, com razão, se uma relação tensa com a sexualidade por parte da Igreja não terá aqui uma das suas principais explicações.”

“Seja como for, o celibato obrigatório não vem de Jesus, é uma lei dos homens, e, como disseram os apóstolos: "Importa mais obedecer a Deus do que aos homens." E os bispos e o Papa são homens."

“É contraditório afirmar o celibato como um carisma e, depois, impô-lo como lei. Por isso, muitas vozes autorizadas na Igreja pedem uma reflexão séria sobre o tema. Há muito que o cardeal Carlo Martini faz apelos nesse sentido. Agora, junta-se-lhe o cardeal Ch. Schönborn, de Viena. O bispo auxiliar de Hamburgo, J.-J. Jaschke, sem pôr em causa o celibato livre, afirmou que "a Igreja Católica se enriqueceria com a experiência de padres casados".”

Oremos para que a Igreja Católica olhe com ponderação e seriedade para este tema tão importante!

Ler mais:

http://dn.sapo.pt/inicio/opiniao/interior.aspx?content_id=1540144&seccao=Anselmo Borges&tag=Opini%E3o - Em Foco

sexta-feira, 9 de abril de 2010

Pedofilia e a Igreja


Nestas ultimas semanas raros são os dias em que não se lê ou ouve notícias sobre pedofilia envolvendo membros da Igreja.

Não que considere que os membros da Igreja estão acima da lei. Não, não têm desculpa, nem têm perdão! Mas, olhando aos dados existentes, parece-me que a comunicação social está a empolar esses casos!

Até parece que a pedofilia é um crime exclusivo da Igreja! Até parece que ser padre é ser pedófilo! Tal é o impacto e a relevância que têm dado a todo e qualquer rumor de pedofilia que envolva pessoas ligadas á Igreja!

Tudo isto me parece injusto e premeditado, fico com a sensação que estão a tentar degradar e maltratar uma das maiores instituições da humanidade. Á qual grande parte da humanidade deve tudo aquilo que é hoje, tanto para o mal como para o bem!

Por último, deixo aqui alguns trechos do melhor que já li em defesa desta grande instituição que é a Igreja!

“espanta-me ver, pela primeira vez, um premeditado efeito de contaminação como se, subitamente, todos os sacerdotes fossem pedófilos ou potenciais pedófilos, como se qualquer benefício da dúvida ou presunção de inocência devesse ser recusada.”

“Mas, comparando o número de mulheres e homens que no seio da Igreja abraçaram vocações religiosas e dedicam a sua vida, nos quatro cantos do mundo, ao trabalho pelos outros - muitas vezes em substituição dos poderes temporais, na satisfação das necessidades mais básicas daqueles que nada ou quase nada têm - com o número de sacerdotes que cometeram actos de pedofilia, apercebemo-nos de que este efeito de contaminação tem razões que vão muito além daquilo que está em discussão. São os sinais de um já habitual anticlericalismo militante prosseguido por aqueles que, não acreditando em nada, pretendem que os que acreditam se sintam marginalizados e estigmatizados.”

“Bento XVI assumiu o escândalo, na sua extensão e gravidade, sem nenhuma hesitação. A Igreja sabe, melhor do que qualquer outra instituição, que não pode ser ocultadora nem de crimes nem de pecados. A Igreja sabe que as piores ameaças à sua integridade são aquelas que se geram no seu interior, porque ela não é apenas um corpo hierarquizado, é um Corpo Místico, e nessa medida um corpo dual: Cidade de Deus peregrina na Cidade dos Homens, ela é santa e pecadora.”

“E esta é a outra dimensão. O que não significa que o juízo deva, ou possa, ser mais brando. Pelo contrário, a pedofilia é um pecado gravíssimo e sê-lo-á sempre sejam quais forem as leis dos homens: no atentado ao pudor e na irremediável humilhação do mais fraco e indefeso, no abuso do poder e no triunfo do mal. Significa, sim, um claro conhecimento do mal como corolário do claro conhecimento do bem.”

“Ao longo de dois mil anos, apesar de muitos erros, de muitos momentos sombrios, cresceu, espalhou-se pelo mundo, levou a Boa Nova, evangelizou, cuidou dos mais fracos e dos mais pobres, enfrentou os poderes deste mundo, fortaleceu-se quando perseguida e condenada ao silêncio, deixou correr o seu sangue na defesa da verdade. É este o sentido da redenção.”

“Tomam-se 50 anos, em todo o mundo e acumulam-se todos os casos encontrados. Desta forma demonstra-se o que se quiser; este é o método das provas "científicas" invocadas por horóscopos, charlatães e milagreiros. Empilham-se situações muito antigas e muito diferentes que, juntas, ninguém perde tempo a considerar com atenção. Conta só a imagem global. A imaginação faz o resto. Nunca se questiona a agregação de casos díspares ou a razão de surgirem todos de repente agora.”

“percentagens. Que peso dos criminosos no total dos sacerdotes? Muito mais importante, qual a percentagem destes casos no total dos abusos? Se o que nos preocupa são as crianças, este dado é decisivo. Os poucos estudos sociológicos sérios mostram que «no mesmo período em que uma centena de sacerdotes católicos eram condenados por abusos sexuais de menores, o número de professores de educação física e de treinadores de equipas desportivas (...) considerados culpados do mesmo delito nos tribunais americanos atingia os seis mil. (...) Dois terços dos abusos sexuais a menores não são feitos por estranhos (...) mas por membros da família»”

“Descuidadas nos dados, as notícias fervilham de comentários e interpretações. Muitas antecedidas de frases como «até há quem pense…», o que permite colocar a seguir o que se quiser, pois há sempre quem pense o mais abstruso. Espanta que jornais respeitáveis entrem nestas práticas. Práticas cuja finalidade fica clara ao ler-se a conclusão invariável: «perda de autoridade moral da Igreja». Mas a autoridade da Igreja vem de outro lado. E que autoridade moral tem o jornal para dizer isto? O contexto é a guerra cultural. Parecendo combater a pedofilia, visa-se a promoção do aborto, eutanásia, divórcio, promiscuidade.”

“Mas o que temos agora é outra injustiça, a de tentar degradar toda uma classe respeitável e, por arrastamento, a maior denominação religiosa do mundo, com acusações apressadas e distorcidas. Como Nero, os jornais hoje querem convencer-nos que os padres comem criancinhas. Como há 2000 anos, esta Páscoa é celebrada ao som do grito «crucifica-o, crucifica-o!»”

“As vítimas precisam de apoio e de reparação, na medida do possível. Esse apoio não pode ser só financeiro. Note-se que já se gastaram em indemnizações milhares de milhões de euros, sendo certo que os fiéis não pensariam que todo esse dinheiro havia de ter, infelizmente, este destino. Assim, até por isso, a Igreja precisa de reparar os males feitos e de uma nova atenção para que esta situação desgraçada nunca mais se repita, o que implica, por exemplo, uma atenção renovada no recrutamento de novos padres.”

“Os abusadores precisam igualmente de apoio, também psicológico, e de compreensão. Deve, no entanto, vedar-se-lhes o exercício do ministério e, uma vez que se está ao mesmo tempo em presença de um pecado e de um crime, deverão pedir perdão, reconciliar-se com Deus e colaborar com a Justiça dos Estados.”

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http://dn.sapo.pt/inicio/opiniao/interior.aspx?content_id=1538460&seccao=Maria Jos%E9 Nogueira Pinto&tag=Opini%E3o - Em Foco


http://dn.sapo.pt/inicio/opiniao/interior.aspx?content_id=1536169&seccao=Jo%E3o C%E9sar das Neves&tag=Opini%E3o - Em Foco

http://dn.sapo.pt/inicio/opiniao/interior.aspx?content_id=1529412&seccao=Anselmo Borges&tag=Opini%E3o - Em Foco