domingo, 31 de janeiro de 2010

Crise de Valores, Crise Moral


O último artigo de opinião do Pe Anselmo Borges publicado no jornal Diário de Noticias fala-nos de “A humanidade sob ameaça”. Indica-nos quais são as “quatro revoluções em marcha”, os perigos dessas mesmas revoluções e possíveis soluções para esses mesmos perigos:


“ Uma revolução económica, com a mundialização, que significa a concretização da ideia de McLuhan de que formamos uma "pequena aldeia" e a chegada ao palco da História de grandes países emergentes.”

“Outra é a revolução cibernética, que, como disse Jean-Claude Guillebaud, faz nascer um quase-planeta, um "sexto continente".”

“A revolução genética transforma a nossa relação com a vida, a procriação e pode fazer bifurcar a Humanidade: a actual continuaria ao lado de outra a criar.”

“Também está aí a urgência da revolução ecológica, que, se a Humanidade quiser ter futuro, obriga a uma nova relação com a natureza. Sem esquecer o perigo atómico e do terrorismo global.”


“Perante todas estas revoluções e face aos problemas que agora são globais, como a droga ou o trabalho, impõe-se, em primeiro lugar, pensar numa governança mundial. Depois, não sei de que modo o futuro será, como diz J.-Cl. Guillebaud, uma "modernidade mestiça", mas, para evitar o "choque das civilizações", impõe-se o diálogo intercultural e inter-religioso.”

“Há anos que o famoso teólogo Hans Küng se não cansa de repetir que, sem paz entre as religiões, não haverá paz entre as nações, e essa paz supõe o conhecimento e o diálogo entre as religiões.”

“Coube também a Hans Küng o desafio para preparar o projecto do que em 1993 se tornou a "Declaração para uma ética mundial", aprovada pelo Parlamento das Religiões Mundiais, em Chicago. A Declaração é um documento humanista, que proclama programaticamente: "Frente a toda a inumanidade, as nossas convicções religiosas e éticas exigem que cada ser humano deve ser tratado humanamente. Isto significa que cada ser humano - sem distinção de idade, sexo, raça, cor da pele, capacidades físicas ou espirituais, língua ou religião, consideração política, origem nacional ou social - possui uma dignidade inalienável e inviolável. Todos - tanto o indivíduo como o Estado - têm de respeitar esta dignidade e garantir a sua defesa efectiva". Os direitos e os deveres humanos é aqui que assentam.”

“Mas onde se fundamentam a dignidade e os direitos humanos? Questão gigantesca, que tem a ver com a problemática do pré-jurídico e do pré-político, debatida há anos, num diálogo célebre entre o então cardeal J. Ratzinger e o filósofo J. Habermas, e a que se referiu também, pouco antes de morrer, L. Kolakovski: "Sem tradições religiosas, que razão haveria para respeitar os direitos humanos? Vendo as coisas cientificamente, o que é a dignidade humana? Superstição? Do ponto de vista empírico, os homens são desiguais. Como justificar a igualdade? Os direitos humanos são uma ideia a-científica."”


“A conclusão é que o próprio Homem se tornou objecto de cálculo, coisa negociável. Assim, já não pode haver dúvidas: no meio das gigantescas crises mundiais, o núcleo mesmo da crise no nosso tempo é a crise de valores, a crise moral.


Quer queiram, quer não, os valore morais, cívicos ou sociais, estão associados á religião, á fé!

A actual crise de valores, crise moral, de que o Pe Anselmo Borges fala neste artigo, deve-se ao afastamento da religião de boa parte da humanidade, em contraponto com o extremar de posições e doutrinas de uma minoria!

A religião hoje em dia é vista por muitas pessoas como uma prisão social, algo ultrapassado e que impede crescimento individual, algum desenvolvimento social e tecnológico!

Estarão essas pessoas certas? Penso que não! A Igreja, a religião nos dias de hoje não impõe nada a ninguém! Aconselha, mostra um caminho; define, mostra o projecto que Deus tem para cada um de nós!

Todos nós fazemos parte do projecto Deus!!

Ler mais:

http://dn.sapo.pt/inicio/opiniao/interior.aspx?content_id=1482689&seccao=Anselmo Borges&tag=Opini%E3o - Em Foco







terça-feira, 26 de janeiro de 2010

Fórum social 2010




Ontem na cidade de Porto Alegre, no Brasil, começou o décimo Fórum Social Mundial, com o seguinte slogan "Um outro mundo é possível". É um fórum que tem como objectivo ser o contraponto ao Fórum Económico Mundial (Um invento que é visto como a reunião da elite capitalista) busca um novo rumo, com os olhos postos no desafio das alterações climáticas.

Toda a informação poderá ser encontrada aqui:

http://fsm10.procempa.com.br/wordpress/



Ler mais:

http://dn.sapo.pt/inicio/globo/interior.aspx?content_id=1478040&seccao=CPLP

http://www.ecoagencia.com.br/index.php?open=noticias&id=VZlSXRVVONlYHZFVX1GeXJ1aKVVVB1TP

Economia solidária



A Economia solidária é uma nova visão da economia, é uma nova forma de proporcionar uma linguagem actual, renovada, motivadora e atraente, num contexto cultural como o contemporâneo, em que as concepções tradicionais do cooperativismo, mutualismo e a autogestão parecem ter perdido a capacidade de convocatória.

É por demais evidente que a Economia Social e Solidária possui experiências, valores e conhecimento para se afirmar como uma alter¬nativa a uma economia que, apesar de um esforço de “socialização”, não altera os seus modelos e insiste no antagonismo Trabalho-Capital. O sentimento de precarização que afecta cada vez mais pessoas (de todas as idades), é uma dura realidade que merece uma resposta cria¬tiva, renovadora e solidária.

É uma alternativa a arquitectar frente à globalização da Economia Neoliberal.

Apresento um quadro que considero representativo das diferenças entre a Economia Neoliberal e a Economia Solidária, produzido pela DESMI, AC, organização de Economia Solidária com sede em Chiapas, México:



Economia Neoliberal

Função do trabalho:
Produtividade

Organização do trabalho:
Hierárquica: Os proprietários são os patrões
Decisões centralizadas

Tecnologia:
Substituição do trabalho humano

Terra:
Fins comerciais
Propriedade individual
Empresa

Produção:
Para o mercado
Em escala

Preços dos produtos:
Relação oferta e demanda

Mercado:
Controlado por transnacionais e os Bancos mundiais

Dinheiro:
Poder

Relações Humanas:
Dominação

Espaço:
Concorrência

Economia Solidária

Função do trabalho:
Satisfazer as necessidades e a realização pessoal

Organização do trabalho:
Democrática
Decisões com base na participação colectiva e tomadas em Assembleia

Tecnologia:
Instrumento para o trabalho

Terra:
Sustento
Propriedade colectiva ou
Individual para uso colectivo

Produção:
Auto consumo, intercâmbio e mercado

Preços dos produtos:
De acordo com o trabalho

Mercado:
Controlado por produtores e consumidores segundo necessidades reais

Dinheiro:
Meio de intercâmbio

Relações Humanas:
Cooperação

Espaço:
Proximidade

Economia solidária será uma utopia? Não, não é uma utopia! É isso sim, uma opção justa,e lógica num mundo onde é urgente uma busca de novas formas económicas alternativas!

Ler mais:

http://www.modevida.com/redes.html

http://www.animar-dl.pt/vezvoz/ver_artigo.php?id=120

http://www.agencia.ecclesia.pt/cgi-bin/noticia.pl?id=71942


terça-feira, 19 de janeiro de 2010

Portugal desorientado



Hoje em dia em Portugal quando se fala de economia, politica e emprego, fala-se de crise!

João César das Neves, no seu artigo de opinião publicado no jornal Diário de Noticias de ontem, destaca que os portugueses estão desorientados!
Fala-nos do desânimo, do “cruzar os braços” evidente no comportamento da sociedade, do povo português!
Em todo o artigo demonstra coerência e um conhecimento profundo e correcto da realidade actual!

Aqui fica o que demais significativo para mim lá encontrei, e algumas considerações de minha autoria:

“As novas gerações queixam-se do sistema sem futuro que os pais criaram na revolução e que os condena ao emprego precário. Multiplicam-se as queixas, escândalos, intrigas, fúrias, desconfianças. Apela-se a um Salazar que venha pôr isto na ordem. Portugal está desanimado.”

Sempre conheceram uma vida feita de facilidades, portanto, ao mínimo problema sentem grandes dificuldades!

“Os que se lamentam da situação actual já esqueceram os terríveis sofrimentos do tempo da guerra mundial, mesmo sem termos entrado, e da guerra colonial, em que entrámos 13 anos. Já não se lembram das enormes crises de 1970 e 1980 e dos medos na entrada na Europa. Todas essas coisas parecem longínquas, mas as gerações anteriores enfrentaram problemas muito piores e conseguiram trazer-nos até aqui. O nosso sarcasmo e desilusão é simples mediocridade. Queixamo-nos dos políticos que são patéticos. É bom não imitarmos a sua indignidade.”

Os nossos políticos são o espelho da nossa sociedade! Se eles na sua maioria são mãos, é sinal de que a nossa sociedade na sua maioria é má!!

“Porque o problema de Portugal não se revolve nas leis e no Parlamento. A dificuldade não está no Orçamento e portarias. A solução não passa pelos programas ministeriais e debates partidários. É através da acção diária de 10 milhões de pessoas, cada uma a tentar melhorar a vida, que o País avança.”

Por mais leis, orçamentos ou portarias que se criem haverá sempre um meio de as contornar! É esse o pensamento de grande parte dos portugueses!

Termina o artigo com esta magnifica frase:

“Precisa de trabalhar em vez de se endividar; de empreender em vez de reivindicar; de poupar e investir em vez de esperar do Governo. O único real obstáculo é o desânimo.”

Ler mais: http://dn.sapo.pt/inicio/opiniao/interior.aspx?content_id=1472479&seccao=Jo%E3o C%E9sar das Neves&tag=Opini%E3o - Em Foco

sábado, 16 de janeiro de 2010

Casamentos de Santo António




O Patriarcado de Lisboa já deu a entender que a Igreja Católica vai deixar de participar nos Casamentos de Santo António, deu inclusive indicações para que os matrimónios deixem de se realizar na Sé. Em causa estão, as recentes alterações legais ao regime do casamento civil e a forma como a iniciativa tem decorrido nos últimos anos.

A decisão foi tomada assim que a discussão política sobre o casamento homossexual começou na opinião pública, garantiu ao jornal Diário de Notícias fonte da diocese, que recusa que esta seja uma reacção à notícia de ontem do jornal Público, onde a câmara abriu a possibilidade de os casais homossexuais se candidatarem.

E se fosse verdade, que o Patriarcado de Lisboa vai deixar de participar nos Casamentos de Santo António devido á câmara abriu a possibilidade de os casais homossexuais se candidatarem? Faria na mesma todo o sentido!

Os Casamentos de Santo António são, ou deveriam de ser, Casamentos Católicos. Santo António é um Santo Católico, portanto casar sob a sua protecção implica ser Católico! E como é sabido por toda a sociedade, a Igreja Católica não aprova o casamento homossexual.

Haverá quem vai achar esta tomada de posição discriminatória, xenófoba e até homofóbica!

Mas, tal como diz o cónego Luís Manuel Pereira da Silva, pároco da Sé:

“a iniciativa das noivas de Santo António tem sido desvirtuada nos últimos anos, com a realização de casamentos civis e até de pessoas de outras religiões. "A minha opinião é que a câmara tem liberdade para tomar esta posição, tal como a Igreja tem liberdade para não pactuar com ela. Não minha perspectiva, não faz qualquer sentido."”

Ler mais: http://dn.sapo.pt/inicio/portugal/interior.aspx?content_id=1471116&seccao=Sul#Post546838

«À Escuta da Palavra»




Durante três dias mais de 300 sacerdotes e cerca de 30 leigos estiveram reunidos em Braga no Congresso Internacional «À Escuta da Palavra».
Aonde foi apresentada uma sondagem de opinião da responsabilidade da Faculdade de Ciências Sociais da Universidade Católica de Braga. Nela ficou patente a alta relevância social que a figura do sacerdote continua a ter!

“90 % dos inquiridos considera que “o estilo e a maneira de ser do padre influenciam a prática religiosa dos leigos, que valorizam, na figura do presbítero, características de acção e de relação humana com o próximo”.”

Solidariedade, a actualização, a disponibilidade, a generosidade e a humildade, são as características mais apreciadas pela sociedade Católica!

Ler:
http://www.agencia.ecclesia.pt/cgi-bin/noticia.pl?id=77200


A visão que a sociedade tem do padre nos dias de hoje foi analisada por três personalidades do campo social português. Contou com a análise de uma jornalista, Fátima Campos Ferreira, uma economista, Isabel Jonet e um professor universitário Marcelo Rebelo de Sousa, sobre a realidade mediática e a posição que a Igreja e o sacerdote assumem na sociedade.

“Fátima Campos Ferreira considera que o mundo enfrenta o desafio da missionação. “Precisamos de uma nova missionação. Isto implica que o sacerdócio seja o ponto central da sociedade”. Esta exigência requer uma melhor preparação do sacerdote. A preparação para a vivência do sacerdote, tem de ser profunda, exigente, dotar de capacidades. Com competências éticas, práticas e humanas. Só assim pode contagiar. Tem de estar num patamar superior à média da sociedade”.
Considerou ainda que em matéria de solidariedade a Igreja “é decisiva. E neste campo a Igreja tem feito um bom caminho”

“Marcelo Rebelo de Sousa assiste à intolerância no espaço público. “Se uma pessoa falar como crente, tem de ser em privado. Se for como cidadão fala no espaço público. Em democracia isto não é tolerado, o que é uma contradição, porque é impossível não testemunhar a fé no quadro comunitário”.
Recordando a sua formação de “católico progressista” fortemente marcado pelo II Concilio do Vaticano, “reti na minha formação o papel dos leigos, coisa que nem sempre tem sido assumida pelos próprios”, lamentou.
Finalizando, o professor universitário afirmou que a Igreja tem de deixar claro que está ao serviço dos mais pobres. “Se esta mensagem passar, a sociedade passa a ver com outros olhos o padre e a Igreja”.”

“Isabel Jonet, Presidente da Federação dos Bancos Alimentares, afirmou que um padre “tem de dar testemunho em todas as realidades, não apenas na espiritual”.Ser padre não é uma função, mas uma vocação, referiu. “Servir a comunidade despojadamente na pessoa de Cristo é uma missão que se tem perdido”, na urgência de desempenhar outras funções. “Não que não saibam ser gestores, mas não têm de ser. Se o forem não podem ser padres”.
Considera que os sacerdotes devem ter tempo para “saber escutar, aconselhando com serenidade. Se ficam absorvidos pelas tarefas burocráticas deixam de ter tempo para ver e ouvir atentamente as reais necessidades das suas realidades paroquiais.
Afirmou ser fundamental mobilizar a militância cristã. “Sem militância não pode haver transformação. Os padres podem mobilizar a militância juvenil mas para isso não podem ficar sentados”.
Finalizando, Isabel Jonet pediu aos padres para terem tempos. “Dêem tempo a si e às suas comunidades, para ver e ouvir”.”

Ler: http://www.agencia.ecclesia.pt/cgi-bin/noticia.pl?id=77224

Conclusão:
“As novas realidades sociais exigem novas formas de ser padre. A rápida mudança na sociedade e na Igreja exige “claramente novos modos de organização da vida eclesial e novos estilos diversificados de exercício do ministério presbiteral”.”

“Os caminhos a percorrer e as decisões a tomar”, para fazer face a estas mudanças, “hão-de ser procurados, em comunidade, na escuta atenta da Palavra”.”

“O padre “tem de ser um homem de Deus, um mistagogo que conhece o mistério de Deus, o vive em comunhão, o celebra e o comunica com entusiasmo e alegria”.As mudanças rápidas exigem que o sacerdote tenha “uma formação superior à média” e possa “responder com propriedade aos desafios completamente novos dos nossos dias”.
A disponibilidade para “ouvir e atender, acompanhar e aconselhar” é uma exigência que os leigos fazem aos sacerdotes.
O padre deve “dedicar tempo à formação dos leigos, não só para que a sua fé seja cada vez mais esclarecida e luminosa, mas para que desempenhem, com verdadeiro espírito missionário, as múltiplas tarefas que lhes são próprias: na família, na sociedade e na Igreja”.
Comunicar é serviço; não é protagonismo”, “sobretudo na eucaristia”, os sacerdotes devem procurar ser “curtos, concisos e cobrir os pontos essenciais”.

Ler: http://www.agencia.ecclesia.pt/cgi-bin/noticia.pl?id=77241

Conclusões do Congresso Internacional sobre o presbítero «À escuta da Palavra»:

http://www.congressosacerdotal.com/

http://www.agencia.ecclesia.pt/cgi-bin/noticia.pl?id=77242

quinta-feira, 14 de janeiro de 2010

Casamento homossexual e a adopção


Após a aprovação na Assembleia da Republica do projecto lei do casamento homossexual, na passada sexta-feira, houve várias reacções que na maioria dos casos reconheciam o facto de haver fortes possibilidades de o Presidente da Republica, Aníbal Cavaco Silva, enviar o projecto lei para apreciação do Tribunal Constitucional, devido ao facto de este projecto lei impedir expressamente os casais homossexuais de se candidatarem á adopção de crianças, o que torna este projecto lei discriminatório em relação aos casais heterossexuais!

Tudo isto é realmente verdade, este projecto lei descrimina os casais homossexuais! Mas, se tudo o que já disse se confirmar, se a adopção de crianças por casais homossexuais for legislada, então estaremos perante um problema ainda mais controverso, já não se trata da sexualidade de dois adultos, mas do futuro de crianças, da sua educação, princípios e valores morais!

Não discordo que realmente existem casais heterossexuais que tratam mal os seus filhos, que não são bons educadores, que não merecem ficar com os seus filhos! Que existem muitas crianças institucionalizadas, que vivem situações complicadas, que merecem a oportunidade de ter uma família!

Aceito também, que existem casais homossexuais, capazes de dar todo amor paternal ou maternal que uma criança necessita! Mas serão estes casais capazes de transmitir de modo certo - ou se preferirem isento – os conhecimentos e valores necessários para que uma criança cresça com uma orientação sexual isenta? Terá essa criança a oportunidade de ter a figura masculina e feminina como arquétipo?

Não digo que não, mas tenho muitas dúvidas!

Antes de aprovar tal alteração ao projecto lei, não seria melhor o Governo, a Assembleia da Republica, consultar a Ordem dos Médicos, os Médicos Pedopsiquiatras?

Ler mais:

http://dn.sapo.pt/inicio/portugal/interior.aspx?content_id=1468411

http://dn.sapo.pt/inicio/opiniao/interior.aspx?content_id=1469349

http://dn.sapo.pt/inicio/opiniao/interior.aspx?content_id=1469421&seccao=Maria Jos%E9 Nogueira Pinto&tag=Opini%E3o - Em Foco#AreaComentarios

segunda-feira, 11 de janeiro de 2010

A mensagem de Natal só para os Cristãos




Está na moda questionar, criticar e até dizer mal da religião! De modo especial e particolar da religião Católica!

A Senhora Fernanda Câncio é exemplo disso!
Ler: http://dn.sapo.pt/inicio/opiniao/interior.aspx?content_id=1464718&seccao=Fernanda C%E2ncio&tag=Opini%E3o - Em Foco#AreaComentarios

Não discordando totalmente da sua opinião em relação á visibilidade dada á Igreja Católica na televisão pública, tenho que dizer que perde toda a razão devido ao modo aguerrido, é até ofensivo, com que critica a "Mensagem de Natal de sua eminência reverendíssima o cardeal-patriarca de Lisboa”!

Senão vejamos:

“Na noite de 24 de Dezembro, a seguir ao telejornal da RTP1, surgiu no ecrã um dístico: "Mensagem de Natal de sua eminência reverendíssima o cardeal-patriarca de Lisboa." Seguiu-se um monólogo de 8,38 minutos no qual o dito falou sobre "o direito de ser ateu" como novidade desagradável e saudou os crentes das religiões "de deus único" apelando à sua união: "Juntos havemos de contribuir para que Deus não seja excluído do nosso mundo e da nossa história."”

Ser ateu é um direito comum a todo e qualquer cidadão! Mas, ser crente também o é!!
Como crente todo o cidadão tem o direito e o dever de desejar e “contribuir para que Deus não seja excluído do nosso mundo e da nossa história!”

“Vou repetir: na noite de 24 a RTP passou propaganda religiosa com a dignidade de uma comunicação de alta figura do Estado. É legal? Legítimo? Aceitável? Através da direcção de programas, a RTP responde: "Ilegal não é." "Será discutível", reconhece, mas sublinha: "É costume - a maioria dos portugueses são católicos, portanto."

É verdade, vivemos num Pais com um Estado laico, em que as religiões estão separadas do Estado!
Mas o que é o Natal? O nascimento de Jesus, o nascimento do filho de Deus!
Portanto é uma festa Cristã, uma festa RELIGIOSA!
Faz sentido esta "Mensagem de Natal de sua eminência reverendíssima o cardeal-patriarca de Lisboa”!

“ Vejamos: a presidente do PSD fez uma mensagem vídeo de Natal. Passou onde? Nos telejornais, como notícia. Se o presidente do Benfica, que tem uns milhões de adeptos, quiser fazer uma mensagem antes de um derby, a RTP deixa? E o líder da comunidade muçulmana, pode "falar ao país"? Pois. E porquê? Porque a lei é clara: a propaganda política é proibida fora do tempo de antena, ao qual (que é proibido aos feriados) podem aceder organizações políticas, associações ambientais, desportivas, etc. - mas nunca religiosas; é exigido o pluralismo religioso na programação.”

Comparar a "Mensagem de Natal de sua eminência reverendíssima o cardeal-patriarca de Lisboa”, com a mensagem de um qualquer partido politico ou associação, etc, é ofensivo, inoportuno e desproporcional!

Resumindo, todas as referenciais feitas neste artigo de opinião á Igreja, vão no sentido pejorativo e ofensivo! São referências desproporcionais e desnecessárias!

Será esta a sociedade que queremos? Uma sociedade de modas, de igualdades desiguais?

Ler mais: http://www.agencia.ecclesia.pt/cgi-bin/noticia.pl?&id=76914

quarta-feira, 6 de janeiro de 2010

A polémica do casamento gay


Nos últimos meses tem havido muita polémica por causa do nosso governo querer legalizar o casamento gay. Eu neste blog já escrevi alguns artigos sobre o assunto, mas, parece não ter sido bem entendido!
Por tal motivo, gostaria de esclarecer definitivamente a minha opinião, o que penso sobre o assunto!
Assim terei de me repetir e acrescentar mais alguma coisa.

A homossexualidade não é nenhuma doença, embora existam algumas circunstâncias que a potenciem, tais como o ambiente em que se cresce (educação, traumas de infância, etc).
Existem também patologias a ela associada tais como, questões hormonais, psíquicas e genéticas.

Todas estas situações existentes são excepções á regra, casos pontuais e pouco comuns. Por tudo isto é que afirmo que a homossexualidade é anti-natura!

Àqueles que contestam esta opinião com o velho argumento de que “a homossexualidade existe entre os animais e que por é natural” respondo da seguinte maneira, esse argumento é dos argumentos mais desumanos e rebaixastes que conheço!
Se assim fosse a mãe Natureza ternos ia criado hermafroditas e nunca homem e mulher!
Comparar o ser humano que tem consciência da sua existência, que tem a noção do bem e do mal, que tem valores morais, é inteligente e racional; com seres que agem por instinto, por necessidades naturais, tais como comer, dormir, defender-se, etc, é rebaixar o ser humano ao nível dos animais irracionais!
Não acho correcto equiparar o ser humano a um cão ou a qualquer outro animal, que por muito esperto que seja não passa de um animal irracional!

Do meu ponto de vista entre aqueles que se assumem com homossexuais existem dois géneros, os que o são realmente pelas razões atrás referidas - ambiente em que se cresce e patologias a ela associada - que não o escolheram ser, e aqueles que optam livremente por o ser.

Os verdadeiros não têm grande opção ou hipótese de alterar a sua orientação sexual, sendo por norma pessoas discretas, e em alguns casos até têm dificuldade em lidar com a sua orientação sexual!

Aqueles que optaram livremente por ser homossexuais, são pessoas perfeitamente normais, mas, que por razões de mera obtenção de satisfação sexual optam pela homossexualidade. São pessoas que olham para a sua sexualidade como um mero instrumento de prazer, pensando erradamente que a plena felicidade está no sexo!

Chamar casamento a este tipo de união é banalizar a homossexualidade, é tornar normal e aceitável uma orientação sexual que de natural pouco ou nada tem!


Portanto tal como já referi em outras ocasiões, considero que a união entre pessoas do mesmo sexo deve ser legislada, que essas pessoas têm os mesmos direitos e deveres que as pessoas heterossexuais! Mas, parece-me excessivo querer chamar casamento a uma união que de casamento pouco ou nada tem!
O casamento tal como está descrito no dicionário, e como é reconhecido em grande parte das culturas a nível mundial, é a união entre pessoas de sexo oposto!

Por tudo isto, e por ter conhecimento de que na maioria dos países da Europa onde este tipo de uniões já foi legislada não constar a denominação de casamento, discordo deste Projecto Lei!
França, Hungria, Alemanha, Dinamarca e Reino Unido preferiram dar outra denominação á união entre pessoas do mesmo sexo que não Casamento! São cinco, em contraste com Espanha, Bélgica e Holanda, que são três, onde é permitida a denominação casamento há união entre pessoas do mesmo sexo!! Não será mais correcto seguir o exemplo da maioria dos países Europeus que já legislaram sobre este assunto?


Acrescento ainda pequenos trechos de um artigo de opinião do Doutor António Arnaut, publicado hoje no Diário de Noticias, que me parece bastante conciliador e que poderá ser a solução para toda esta polémica!

“A sociedade portuguesa está profundamente dividida sobre o casamento homossexual. Não é tanto uma questão entre esquerda e direita e entre religiosos e laicos, pois há adeptos e adversários nas diferentes sensibilidades politico-religiosas. É uma questão cultural e civilizacional que, por isso mesmo, tem de ser resolvida com realismo e ponderação.”

“São respeitáveis e pertinentes os argumentos esgrimidos pelos dois campos em confronto, e que não trago à colação por desnecessário. A minha preocupação é apenas tentar um desfecho ético-jurídico satisfatório e evitar uma perigosa fractura social.”

“Dito isto, tendo em conta os dados do problema e a necessidade de conciliar as posições em confronto, podemos formular a seguinte equação:
- É justo e eticamente compreensível que os homossexuais possam contrair casamento e gozar dos mesmos direitos legalmente atribuídos aos cônjuges, em especial, hereditários.
- É justo e eticamente compreensível, por razões histórico-culturais, que essa união conjugal não se chame casamento, porque não conjuga os dois géneros humanos nem conduz à procriação.
Trata-se agora de harmonizar as duas posições antagónicas, acolhendo o essencial das razões recíprocas, ou seja: reconhecer os direitos há muito reivindicados pelos homossexuais com vista à plena igualdade com o matrimónio heterossexual, sem ferir a sensibilidade dos que, embora aceitando outro tipo de contrato, não o querem confundir com o casamento.”




Ler mais: http://dn.sapo.pt/inicio/opiniao/interior.aspx?content_id=1462870