quarta-feira, 24 de novembro de 2010

Greve geral ou dia de descanso e festa?


Hoje é dia de greve geral, é dia de protesto, dia de os portugueses virem para a rua protestar, gritar palavras de ordem!

Mas será que era isso que estava programado? Será que foi isso que aconteceu?

Ouvindo as noticias não me parece! Muitos portugueses ficaram em casa, outros foram trabalhar e uma maioria veio para a rua protestar gritar palavras de ordem!

Mas esta greve foi também motivo para a preparação de concertos e festas:

“17h30:E venha a música. Escolha o melhor lugar junto ao palco no Rossio para o concerto organizado pelos Sindicato dos Professores da Grande Lisboa, da CGTP. Jorge Palma, Camané, Janita Salomé, Peste&Sida, Zé Pedro (dos Xutos e Pontapés9 e Alex (dos Rádio Macau). Aprenda a palavra de ordem: "Contra as injustiças. Mudar de políticas." E se os artistas concordarem, grite bem alto.”

“21h30: Está prometida a festa da greve. A CGTP e a UGT ainda não divulgaram onde será.”

Não será estranho estarmos a viver uma situação tão complicada, o país quase na banca rota e uma grave geral dá origem a um dia de descanso extra, festas e concertos?

Ler mais:

http://sol.sapo.pt/inicio/Cultura/Interior.aspx?content_id=4814

http://www.sabado.pt/Multimedia/FOTOS/-spam---b--Politica---b----spam-/Guia-para-a-greve-geral.aspx

Bento XVI, o livro e o preservativo




"Luz do Mundo - O Papa, a Igreja e os Sinais dos Tempos" é um livro que resulta de uma entrevista entre Bento XVI e o jornalista alemão Peter Seewald. Livro esse que tem dado azo a muitos comentários por parte de toda a comunicação social mundial, mas, muito centrada numa pequena parte do livro, naquilo que se pode chamar um “tema fracturante”:

“Com as declarações de Bento XVI sobre o uso do preservativo - considerando que é admissível "em certos casos", para evitar a transmissão de doenças como a sida - quebrou-se um dos tabus da Igreja Católica - e um dos mais criticados, sobretudo de fora.”


Ler mais:

http://dn.sapo.pt/inicio/portugal/interior.aspx?content_id=1717930

Esquecendo tudo o resto, esquecendo o restante livro onde se pode encontrar muitos outros temas, também eles importantes:


“Bento XVI dá-se a conhecer pelas suas próprias palavras e várias passagens (ver notícias relacionadas) foram já divulgadas por agências de notícias e pelo próprio jornal do Vaticano, «L’Osservatore Romano», merecendo grande destaque na imprensa mundial.”

“Bento XVI fala num “fio condutor” na sua vida: “O Cristianismo dá alegria, alarga os horizontes. Em definitivo, uma existência vivida sempre e apenas «contra» seria insuportável”.”

“"Temos sobretudo de procurar que as pessoas não percam Deus de vista. Temos de procurar que elas reconheçam o tesouro que possuem. Temos de procurar que, depois, elas próprias, a partir da força da sua própria fé, entrem no confronto com o secularismo e consigam concretizar a separação dos espíritos. Este enorme processo é a verdadeira, a grande missão deste tempo", afirma.”

““Pobre mendigo diante de Deus”, Bento XVI diz que, perante a modernidade, é necessária uma “grande luta espiritual” para afastar e distinguir “aquilo que se está a tornar uma contra-religião”.”

“O Papa diz que os temas da eternidade são como “pão duro” para a humanidade de hoje, pelo que os cristãos têm de “encontrar palavras e modos novos para permitir ao homem destruir o muro do som do finito”.”


Ler mais:

http://www.agencia.ecclesia.pt/cgi-bin/noticia.pl?id=82783




Valores morais e a crise




Como já escrevi em outras ocasiões, para mim uma das principais razões da actual crise, é uma outra crise! A crise de valores morais!

Que moral teremos nós, comuns cidadãos, para criticar os nossos políticos pelas suas atitudes pouco éticas, quando nós fazemos o mesmo?

Ou será que viver acima das possibilidades, fugir aos impostos, pedir ou meter uma cunha por um amigo, tentar subornar uma autoridade ou receber parte do vencimento por fora sem fazer descontos, é prática exclusiva dos nossos políticos? Não me parece!

O Padre Anselmo Borges e o Doutor João César das Neves, dois dos cronistas que escrevem no jornal Diário de Noticias, e que mais aprecio, comprovam em parte a minha teoria:

“Os seres humanos são constitutivamente abertos à questão ética, porque nascem por fazer, devido à neotenia, e devem fazer-se bem moralmente, porque a sua lei é a lei da liberdade e da dignidade. Devemos habitar o mundo eticamente (o étimo de ética é êthos, morada).”

“E que fazer? Queres saber se esta ou aquela acção é boa ou má? Pergunta a ti mesmo o que aconteceria se todos se comportassem como tu e se quererias isso honrada e dignamente. Se todos mentissem, quem poderia acreditar em alguém? Quererias viver numa sociedade na qual todos roubassem? Se toda a gente matasse, nem sociedade existiria. Se ninguém pagasse impostos, não poderia erguer-se uma vida comum em dignidade e todos perderiam.”

“O grande desafio do nosso tempo é a formação ética, para os valores. Quando isso não acontece, remetemos constantemente para a política, para as leis, para os tribunais... Ora, neste quadro, fica-se confrontado com duas questões temíveis.”

“não é possível legislar sobre tudo, até porque o indivíduo tem mais deveres do que o cidadão, pois há o pré-político e o pré-jurídico. Depois, seja como for, sem ética assumida - e poderia acrescentar: sem referência religiosa ao Absoluto -, fica apenas a lei e a sua sanção, o medo e a esperança de não ser apanhado. Por exemplo, se não se pagar impostos e se for apanhado, tanto pior... De qualquer forma, nesta lógica, sem valores éticos assumidos, acaba, no limite, por ser necessário colocar um polícia junto de cada cidadão, mas, como os polícias também são humanos, é preciso pôr um polícia junto de cada polícia... Ai!, o totalitarismo!”

“A crise tem vários culpados, alguns evidentes. E até é verdade que muitos desses estão a passar incólumes beneficiando das suas tropelias. Justiça e tribunais devem puni-los. Mas também devemos deixar a busca obsessiva de arguidos. É muito estúpido, quando a casa está a arder, instaurar controversos processos de intenção e responsabilidade, envolvendo-se em discussões necessariamente longas. Há um tempo para tudo, e este não é tempo de recriminações. Até porque a culpa última é de todos nós, que cá vivemos estes anos.”


“enfrentar a crise. Os portugueses, que costumam dormir na bonança, dão o seu melhor nos momentos impossíveis. A recessão não tem uma solução; tem milhões. Dez milhões, para ser exacto. Será cada um, lidando de forma prática com as dificuldades reais que se lhe colocam, que construirá a resposta indispensável para a crise nacional. Trabalhar mais e melhor, poupar mais, investir mais e melhor são as saídas, agora como sempre. Além da criatividade, imaginação, improvisação e desenrascanço em que somos peritos. Se fizermos isto uns tempos veremos que a crise passa muito mais depressa que julgamos.”

“A injustiça nacional dos últimos anos deveu-se precisamente a que, sendo novos ricos, por momentos perdemos de vista os antigos valores. A crise tem de ser um chamamento à famosa hospitalidade lusitana.”


ler mais:


http://dn.sapo.pt/inicio/opiniao/interior.aspx?content_id=1676539&seccao=Anselmo Borges&tag=Opini%E3o - Em Foco

http://dn.sapo.pt/inicio/opiniao/interior.aspx?content_id=1705416&seccao=Jo%E3o C%E9sar das Neves&tag=Opini%E3o - Em Foco