sexta-feira, 29 de julho de 2011

Uma Igreja plenamente Cristã



“Como procederia Jesus nas actuais situações, quando pensamos no modo como agiu? Seria contra o preservativo, os anticonceptivos, excluiria as mulheres, obrigaria ao celibato, proibiria a comunhão aos recasados? Que diria sobre as relações sexuais antes do casamento? Como procederia em relação ao ecumenismo e ao diálogo inter-religioso?”

Estas perguntas estão num artigo de opinião do Padre Anselmo Borges publicado no jornal Diário de Noticias, que nesse mesmo artigo responde da seguinte maneira:

“A Igreja não pode entender-se como um aparelho de poder ou uma empresa religiosa, mas como povo de Deus e comunidade do Espírito nos diferentes lugares e no mundo. O papado não tem que desaparecer, mas o Papa não pode ser visto como "um autocrata espiritual", antes como o bispo que tem o primado pastoral, vinculado colegialmente com os outros bispos.”

“A Igreja, ao mesmo tempo que tem de fortalecer as suas funções nucleares - oferecer aos homens e mulheres de hoje a mensagem cristã, de modo compreensível, sem arcaísmos nem dogmatismos escolásticos, e celebrar os sacramentos -, deve assumir as suas responsabilidades sociais, apresentando, sem partidarismos, à sociedade opções fundamentais, orientações para um futuro melhor.”

“Não se trata de acabar com a Cúria Romana, mas de reformá-la segundo o Evangelho. Essa reforma implica humildade evangélica (renúncia a títulos como: Monsignori, Excelências, Reverências, Eminências...), simplicidade evangélica, fraternidade evangélica, liberdade evangélica. E é necessário mais pessoal profissional, acabando com o favoritismo. De facto, esta Igreja é altamente hierarquizada e ao mesmo tempo caótica. Quem manda no Vaticano? "Conselheiros independentes haverá poucos."”

“Mais: precisa-se de transparência nas finanças da Igreja; deve-se acabar com a Inquisição, não bastando reformá-la, e eliminar todas as formas de repressão; não é suficiente melhorar o Direito eclesiástico, que precisa de uma reforma de base; deve-se permitir o casamento dos padres e dos bispos, abrir às mulheres todos os cargos da Igreja, incluir a participação do clero e dos leigos na eleição dos bispos; não se pode continuar a vedar a Eucaristia a católicos e protestantes; é preciso promover a compreensão ecuménica e o trabalho em conjunto.”



Só assim poderemos ter uma Igreja mais Cristã!












quinta-feira, 28 de julho de 2011

Donde vem o mal?



É comum ouvir até mesmo entre pessoas crentes um discurso derrotista, um discurso de descrença e de desânimo quando algo corre mal, do género: “se Deus existe porque é que há tanta maldade no mundo?”, “Não poderia Deus acabar com tanto sofrimento no mundo?”
O Padre Anselmo Borges neste artigo de opinião publicado no jornal Diário de Noticias ajuda a compreender o mal existente no mundo!

Ver:


http://www.dn.pt/inicio/opiniao/interior.aspx?content_id=1851941&seccao=Anselmo Borges&tag=Opini%E3o - Em Foco

Aqui ficam as frases mais significativas para mim:


“Quando procuramos a raiz última do mal, encontramo-la na finitude. O mundo é finito e, por isso, há nele, inevitavelmente, mal: o finito não pode ser perfeito, pois tem falhas, carências, e nele haverá choques, pois, como escreveu Espinosa, "toda a determinação é negação".”
“é preciso considerar é que o mundo produz mal, todo o mal tem origem no próprio mundo. Por isso, na peste negra, houve procissões; com o terramoto de Lisboa, pensou-se que Deus o tinha permitido. Agora, com o tsunami no Japão, dá-se uma explicação científica, e, com a sida, investiga-se nos laboratórios.”


“se o mal é inevitável, por que é que Deus o criou? "Não posso responder ao ateu que diz que o mundo é absurdo, que não vale a pena. Eu não sou pessimista: creio que vale a pena e que há um referendo na Humanidade: todos, no fundo, sabemos que vale a pena. Por isso, continuamos a trazer filhos ao mundo."”



“pois todos têm de enfrentar-se com o mal e cada um tem a sua resposta para o problema. O crente religioso tem a sua: crê que Deus não teria criado o mundo, se de algum modo não fosse possível libertar--nos do mal. O que se passa é que o que não é possível num dado momento pode sê-lo mais tarde. Quem pode conceber-se a aparecer já adulto no mundo? A realidade é processual, e o crente em Deus como Amor e Anti-mal espera a salvação definitiva e plena para lá da morte.”



“depois da morte, não continuamos finitos? Confiamos em Deus e podemos mostrar, com razões, que a salvação eterna não é contraditória, mas possível.”



“Sim, a pessoa é um ser finito, mas com uma abertura infinita. Este é o mistério do Homem. Nunca estamos acabados, nenhum ser humano morre definitivamente feito. Não há nada finito que possa preencher a abertura humana, não há nada finito que possa realizar a nossa capacidade de conhecer e amar.



quarta-feira, 27 de julho de 2011

Fim do mundo“Quanto àquele dia e àquela hora, ninguém o sabe: nem os anjos do Céu, nem o Filho, só o Pai” ( Mt 24, 3-36)








Foi com algum espanto e preocupação que li na semana passada notícias que davam conta de uma recomendação do Vigário Geral da diocese de Leiria-Fátima o Padre Jorge Manuel Faria Guarda. A nota oficial foi publicada na página oficial da diocese de Leiria-Fátima, na Internet. Essa nota oficial dá conta da existência de grupos de oração católicos, que se reúnem em casas particulares; grupos de oração “inspirados em diversas correntes de espiritualidade e de piedade, por vezes mariana e fatimita [relacionados com a mensagem de Fátima] ” nos quais “circulam mensagens de videntes e de pretensas aparições da Virgem Maria”, com conteúdos “por vezes de teor apocalíptico a prever o fim do mundo”. O que na minha opinião é preocupante, pois este tipo de grupos de oração são degenerastes e degradantes, confundindo as pessoas menos preparadas na sua formação da fé!





Nessa mesma nota oficial o Vigário Geral da diocese de Leiria-Fátima faz as seguintes recomendações:

“É louvável que os fiéis leigos tomem iniciativas para constituir grupos de oração…. Na adesão a tais grupos, os fiéis católicos procurem informar-se sobre os mesmos e se têm a aprovação por parte dos pastores da Igreja, nomeadamente do pároco local. Os pastores, por seu lado, procurem avaliar as iniciativas dos leigos, reconheçam o que é bom, acolham-no e dêem aos fiéis esclarecimentos e apoios oportunos.”

“Na prática da oração, tenham-se em conta os ensinamentos de Jesus que adverte para não se usarem de vãs repetições e não se pensar que, por muito falar, se é atendido (cf Mt 6, 5-15)…….. É verdade que há vários modos de fazer oração, mas nem todas têm o mesmo valor. Prefira-se as que se baseiam na palavra de Deus e as que são aprovadas pela Igreja, em vez das que resultam de visões ou aparições privadas não confirmadas pelos pastores da Igreja.”

“Perante mensagens que anunciam o fim do mundo e castigos para breve, os fiéis católicos não se deixem amedrontar. Jesus exortou os seus discípulos a não terem medo. E, sobre o fim do mundo, disse-lhes que tivessem cuidado para que ninguém os desencaminhasse nem enganasse, porque viriam muitos em seu nome que haveriam de enganar muita gente, “mas aquele que se mantivesse firme até ao fim seria salvo”…… Portanto quem pretende ter recebido uma visão a indicar o fim do mundo para breve ou indicando uma data está a inventar isso por sua cabeça e a mentir.”

“Também S. Paulo recomendou aos cristãos de Tessalónica que examinassem as profecias e retivessem somente o que fosse bom ( 1 Tes 5,20-22). É que já no seu tempo, particularmente na comunidade de Tessalónica, havia quem difundisse mensagens amedrontadoras, usando por vezes abusivamente o nome de um apóstolo. ………Hoje, há quem use o nome de Nossa Senhora ou o seu Imaculado Coração para divulgar esse tipo de mensagens. É preciso não se deixar enganar. O critério para avaliar se uma mensagem, venha ela de onde vier, pode ser tida por verdadeira é a sua conformidade com o Evangelho de Jesus Cristo e a doutrina cristã.”

“Tenham os fiéis algum cuidado quando se lhe pede dinheiro nos grupos de oração…… Há quem se aproveite da generosidade dos outros.”

“Para evitar deixar-se enganar, recomenda-se aos fiéis católicos que cuidem da sua própria formação na fé, quer pela leitura e estudo pessoal quer frequentando as iniciativas paroquiais ou mesmo a Escola diocesana “Razões da Esperança” e o Centro de Formação e Cultura; e quaisquer acções de formação proporcionadas na Igreja.”

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