quarta-feira, 10 de fevereiro de 2010

Após três anos de referendo do aborto


Faz amanhã três anos que se deu em Portugal o referendo sobre o aborto. Faz três anos que o sim ganhou.


Em Abril desse mesmo ano entrou em vigor a nova lei da interrupção voluntária da gravidez!
Nessa altura os pró aborto diziam:

“ A via imediata para acabar com os julgamentos de mulheres e permitir o direito democrático da realização de abortos em condições dignas e com os elementares cuidados de saúde.”

“A manutenção da vida, da saúde e da dignidade da mulher, e vai beneficiar principalmente as mulheres trabalhadoras e pobres que podem deixar de correr risco de vida e sofrer as humilhações inerentes à prática dos abortos clandestinos. Mas para que as mulheres não ponham em risco a sua vida e saúde é necessário, também, que a realização do aborto seja assegurada pelo Serviço Nacional de Saúde, e não dependa das clínicas privadas.”

Os pró vida diziam:



“O perigo de o aborto se transformar num método anti-contraceptivo.”


“Por ecografia todos sabem que um feto às 10 semanas já tem um sistema vascular formado, tem braços e pernas constituídos em fase de desenvolvimento!”


Hoje no jornal Diário de Noticias vem uma notícia que nos dá conta da inquietação do Coordenador nacional de Saúde Reprodutiva, que se diz preocupado com o cenário do aborto em Portugal. Nessa notícia Jorge Branco revela o seguinte:

“"É incrível a desresponsabilização de alguns casais." O aviso é do coordenador do Plano Nacional de Saúde Reprodutiva, Jorge Branco, referindo-se ao facto de 87% das mulheres que no ano passado abortaram na Maternidade Alfredo da Costa (MAC), a maior do País, não usarem qualquer contraceptivo. Isto é, 1425 das 1632 que interromperam a gravidez não faziam planeamento familiar nem prevenção de doenças.”

“"A maioria das mulheres que veio à MAC não fazia planeamento familiar e mesmo depois do aborto algumas optaram por continuar a não fazer nenhum método contraceptivo", conta Jorge Branco, criticando. “
“Segundo o clínico, depois da interrupção voluntária da gravidez, todas as mulheres foram encaminhadas para consultas de planeamento familiar e houve 125 que continuaram a recusar usar contracepção.”
”A grande parte dos abortos foi de mulheres entre os 21 e 29 anos (674), seguida das grávidas dos 30 aos 39 anos (535). "Ainda estamos em crise, as mulheres não querem comprometer-se com mais encargos. E também pensam cada vez mais na sua carreira", explica Jorge Branco.”

Parece que os movimentos pró vida infelizmente tinham razão!

Ler mais:

http://dn.sapo.pt/inicio/portugal/interior.aspx?content_id=1490920


domingo, 7 de fevereiro de 2010

A realidade do Catolicismo actual e os novas caminhos que a Igreja deve trilhar


Ontem ao ler um artigo de opinião do Pe Anselmo Borges publicado no jornal Diário de Noticias, fiquei com a nítida sensação que o teria de o partilhar com todos aqueles que costumam ler o meu blog.

Trata-se de um artigo de opinião que nos alerta (a nós Cristão) para a realidade presente da religiosidade a ocidente, uma religiosidade de preceitos, tradições, hábitos e de muita pouca Fé!!

Neste artigo o Pe Anselmo Borges fala-nos de uma carta enviada por Henri Boulad de 78 anos ao Papa Bento XVI. Henri Boulad é um jesuíta egípcio de rito melquita.

Não se trata de jesuíta qualquer:

“há treze anos que é reitor do colégio dos jesuítas no Cairo, depois de ter sido superior dos jesuítas em Alexandria, superior regional, professor de Teologia no Cairo. Conhece bem a hierarquia católica do Egipto e da Europa. Visitou quarenta países nos vários continentes, dando conferências, e publicou trinta livros em quinze línguas. A sua carta, inspirada na "liberdade dos filhos de Deus" e a partir de "um coração que sangra ao ver o abismo no qual a nossa Igreja está a precipitar-se", funda-se, pois, num "conhecimento real da Igreja universal e da sua situação actual".”

Nessa carta Henri Boulad alerta Bento XVI para a realidade do Catolicismo actual:

“Assiste-se à queda constante da prática religiosa. Quem frequenta as igrejas na Europa e no Canadá são pessoas da terceira idade, de tal modo que, por este andar, será necessário fechar igrejas e transformá-las em museus, mesquitas ou bibliotecas.”

“Os seminários e os noviciados também continuam a esvaziar-se.”

“São muitos os sacerdotes que abandonam, e os que ficam - a sua média etária ultrapassa frequentemente a da reforma - têm a seu cargo várias paróquias. "Muitos deles, tanto na Europa como no Terceiro Mundo, vivem em concubinato à vista dos fiéis, que normalmente os aceitam, e do seu bispo, que não aceita, mas vai fechando os olhos por causa da escassez de clero."”

“A linguagem da Igreja é "obsoleta, anacrónica, aborrecida, repetitiva, moralizante, completamente inadaptada ao nosso tempo".”

“Impõe-se uma "nova evangelização", inventando uma linguagem nova. "Temos de constatar que a nossa fé é muito cerebral, abstracta, dogmática, e se dirige muito pouco ao coração e ao corpo."”

“Não é, pois, de estranhar que muitos cristãos se voltem para as religiões da Ásia, as seitas, a New Age, o ocultismo. A fé cristã aparece-lhes hoje como "um enigma, restos de um passado acabado".”

“No plano moral, "as declarações do Magistério, repetidas à saciedade, sobre o casamento, a contracepção, o aborto, a eutanásia, a homossexualidade, o casamento dos padres, os divorciados que voltam a casar, etc., já não dizem nada a ninguém e apenas provocam indiferença".”

“A Igreja católica, que foi a grande educadora da Europa, "parece esquecer que esta Europa chegou à maturidade" e "não quer ser tratada como menor de idade".”

“Paradoxalmente, são as nações mais católicas do passado que agora caem no ateísmo, no agnosticismo, na indiferença. Quanto mais dominado e protegido pela Igreja foi um povo no passado, "mais forte é a reacção contra ela".”
"O diálogo com as outras Igrejas e religiões está hoje em "preocupante retrocesso".

Fala-nos também dos caminhos que a Igreja deve trilhar na sua opinião para dar um novo impulso á Igreja:

"A Igreja tem hoje uma necessidade imperiosa e urgente de uma tríplice reforma."

"Uma reforma teológica e catequética, para repensar a fé e "reformulá-la de modo coerente para os nossos contemporâneos"."

"Uma reforma pastoral, "para repensar de cabo a rabo as estruturas herdadas do passado"."

"Uma reforma espiritual, para revitalizar a mística e repensar os sacramentos."A Igreja de hoje é demasiado formal, demasiado formalista", como se o importante fosse "uma estabilidade puramente exterior, uma honestidade superficial, certa fachada"."


Ler mais: http://dn.sapo.pt/inicio/opiniao/interior.aspx?content_id=1488043&seccao=Anselmo Borges&tag=Opini%E3o - Em Foco





quarta-feira, 3 de fevereiro de 2010

Fórum Social Mundial «» Fórum de Davos





Num pequeno e humilde confronto de conclusões retiradas por quem esteve presente nestes dois inventos, vejamos as diferenças existentes entre aqueles que detêm o poder económico e politico e os outros……..

No final do Fórum de Davos, surgiram as seguintes declarações e noticias a publico:

“O director-geral do Fundo Monetário Internacional (FMI), Dominique Strauss-Kahn, afirmou que há um regresso ao crescimento económico "mais rápido do que o esperado, mas que é frágil".”

“Já o presidente do Banco Central Europeu, Jean-Claude Trichet, afirmou que se deve "melhorar consideravelmente a regulação" do sistema financeiro e torná-lo "mais resistente do que anteriormente", com normas globais.”

“Larry Summers, o principal assessor para a política económica do Presidente norte-americano, Barack Obama, assinalou que o crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) dos EUA no quarto trimestre de 2009, de 5,7%, não é suficiente "para abrir a garrafa de champanhe".”

“Na conclusão dos trabalhos deste 40º Fórum Económico Mundial, os participantes concordaram em repensar, reconstruir e redesenhar a economia global assente em princípios de sustentabilidade. Para Azim H. Premji, presidente da multinacional indiana Wipro, a recessão demonstrou que é necessário ouvir as vozes que emanam dos países fora do G8. "A auto-confiança dos países emergentes é completamente diferente", sustentou.”
“Bill e Melinda Gates apelaram ao contributo de todos para reunir 10 mil milhões de dólares (cerca de sete mil milhões de euros) para vacinar oito milhões de crianças na próxima década. Desde o seu lançamento, há 10 anos, a Aliança Global para a Vacinação e Imunização (GAVI) já salvou quatro milhões de vidas e imunizou mais de 256 milhões de crianças nos países mais pobres do Mundo.”

“Paralelamente, o FMI está a trabalhar na criação de um fundo "verde" no valor de 100 mil milhões de dólares (72,1 mil milhões de euros) para ajudar os países a enfrentarem as alterações climáticas. "É necessário ser criativo", na medida em que os países em desenvolvimento não têm meios para tomar as medidas necessárias e a capacidade dos países desenvolvidos é igualmente limitada pelos problemas financeiros resultantes da crise económica, afirmou Dominique Strauss-Kahn.”

Ler mais:

http://aeiou.expresso.pt/desilusao-na-cozinha-de-davos=f561195

http://dn.sapo.pt/inicio/globo/interior.aspx?content_id=1483530&seccao=Europa






Já no fim do Fórum Social Mundial, o fórum dos outros, dos pobres, chegou a publico as seguintes conclusões:

“um dos coordenadores do FSM e presidente da CUT, Celso Woyciechwoski. Os dados foram apresentados no início desta tarde, em mesa para avaliação, no Teatro Dante Barone da Assembleia Legislativa.”

“Woyciechwoski avalia que a expressiva participação da sociedade no FSM demonstra ao mundo a existência de construções colectivas de todas as ordens com o objectivo de buscar um mundo melhor.”

““A crise económica mundial de 2008 e 2009 mostrou que o Fórum estava correcto em seus apontamentos, pois evidenciou o esgotamento do capitalismo neoliberal”, pondera Woyciechwoski.”

“A edição 2010 do Fórum, acrescenta, reforçou a necessidade de se construir um mundo mais solidário e sustentável. O organizador aponta mudanças na política da América Latina e fatos inéditos, como a eleição de Barak Obama nos Estados Unidos, como demonstrações de que a humanidade busca novas possibilidades para a sociedade. Woyciechwoski ainda percebe que poderia ter ocorrido maior participação “por parte da gestão pública do RS nos debates e diálogos”.”

“Um dos membros do Conselho Internacional do Fórum e do Grupo de Reflexão e Apoio ao Processo Fórum Social Mundial (GRAP), Francisco Whitaker, destaca o que essa edição do FSM coincide com sinais de crise mundial do capitalismo. Ele enfatiza que os debates do Fórum em 2010 apontam a necessidade de buscar lógicas económicas diferentes.”

““O FSM reforçou que é preciso haver outra cultura política, que supere a luta pelo poder”, disse Whitaker.”

“É preciso haver entendimento de que certos bens da humanidade não podem ser transformados em mercadoria, privatizados”, afirma Whitaker. O conceito de gratuidade, relacionado com direito de acesso a bens e serviços, foi outro debatido no FSM 10 anos.”

Ler mais:

http://fsm10.procempa.com.br/wordpress/?p=2810

http://fsm10.procempa.com.br/wordpress/?p=2802

http://seminario10anosdepois.wordpress.com/