quarta-feira, 22 de setembro de 2010

O Budismo


O fundador do Budismo, Siddhartha Gautama (aproximadamente entre 560 e 480 a. C.), que escreveu no Nordeste da Índia, era filho de um rajá (Rei ou Príncipe indiano). Existem varias histórias, mais ou menos lendárias, a respeito da sua vida, mas o aspecto que mais se salienta são os seguintes:

O príncipe Siddhartha cresceu num berço de luxo. O rajá tinha ouvido a profecia que o seu filho ou se tornaria um líder mundial, ou então iria tomar o rumo oposto, renunciando a tal, se lhe fosse permitido testemunhar a necessidade e o sofrimento do mundo. Para impedir que isso sucedesse, o rajá tentou proteger o filho do mundo exterior aos muros do palácio – rodeando-o, simultaneamente, de prazeres e divertimentos. Ainda jovem, Siddhartha desposou uma prima e manteve um harém de bailarinas deslumbrantes.

Aos vinte e nove anos, ele teve uma experiencia de algo que viria a demonstrar ser um ponto de viragem na sua vida. Apesar das ordens de seu pai, Siddhartha aventurou-se para fora do palácio e viu um ancião, um enfermo e um cadáver em decomposição. Depois destas impressões descoroçoantes, porém, ele teve a visão de um asceta com uma expressão radiante e alegre. Chegou à conclusão de que uma vida de riqueza e de diversão era uma existência vazia e sem significado. E interrogou-se: haverá alguma coisa que transcenda a velhice, a doença e a morte? Sentiu-se também invadido por um sentimento de compaixão pela humanidade, e por um apelo para a redimir do sofrimento. Meditando, regressou ao palácio, e nessa mesma noite renunciou à sua vida muito conveniente como príncipe. Sem se despedir, abandonou a mulher e o filho e partiu para uma vida «errante».


As narrativas contam que Siddhartha, após uma vida de abundância, se voltou para o extrem oposto, ou seja, para a prática ascética. Forçou-se a comer cada vez menos, até conseguir, por fim, segundo a lenda, subsistir com um único grão de arroz diário. Esperava vencer, dessa forma, o sofrimento. Mas nem os exercícios ascéticos nem o ioga lhe deram aquilo que buscava. Entrou, assim, na «via do meio», buscando a salvação através da meditação. E, aos trinta e cinco anos, depois de seis anos de vida como asceta, alcançou a iluminação (bodhi) quando meditava, sentado debaixo de uma figueira nas margens de um afluente do Ganges. Tinha-se tornado um buddha, que significa «o iluminado». A conclusão a que Buda tinha chegado era de que todo o sofrimento do mundo era causado pelo desejo e pela ânsia. Apenas suprimindo o desejo se poderá escapar a encarnações futuras.


Durante sete dias e sete noites Buda esteve sentado sob a sua árvore da iluminação. Adquiriu a compreensão de uma realidade que não é transitória, uma realidade absoluta acima do tempo e do espaço. No Budismo, este estado é conhecido por nirvana. Ao vencer o seu desejo ardente pela vida, que o tinha amarrado à existência, Buda deixou de dar azo a qualquer Karma futuro, terminando ai a sua sujeição à lei do renascimento. Tinha obtido a salvação para si próprio, e estava aberto o caminho para que abandonasse o mundo e acedesse ao nirvana final. Mas o deus Brama incitou-o a divulgar os seus ensinamentos. E então, uma vez mais, Buda sentiu compaixão pelos seus semelhantes e por todas as outras coisas vivas. «Olhou para o mundo exterior com um olhar contemplativo de Buda» e decidiu «abrir as portas da eternidade» àqueles que o escutassem. Buda tinha decidido tornar-se o guia da humanidade.

Buda dirigiu-se então para Benares que, mesmo naquela altura, era um centro religioso. Ali falou pela primeira vez em publico, no famoso discurso de Benares, que contém os elementos mais importantes da sua doutrina. As «rodas da instroção» tinham agora sido postas em movimento.
Alguns monges mendicantes seguiram Buda e, durante mais de quarenta anos, ele e os seus discípulos vaguearam pelo Nordeste da Índia.


Logo de inicio, os seguidores de Buda dividiram-se em dois grupos, os leigos e os monges, cada um deles com as suas obrigações específicas.

Quando estava com cerca de oitenta anos, Buda sentiu-se repentinamente doente e despediu-se dos seus discípulos. Antes de morrer, dirigiu-se à multidão pesarosa que o rodeava e disse: «Talvez alguns de vós tenham este pensamento:”As palavras de mestre pertencem ao passado, e deixámos de ter um professor.” Mas não é assim que devereis encara-lo. A instrução (dharma) que vos dei será o vosso mestre quando eu tiver partido»




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